Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Mosteiro e a batalha por uma boa foto

IMG_0331 (1).JPG

 

  Com o Verão a teimar em não aparecer, as idas à praia vão sendo adiadas e há que encontrar programas alternativos. Felizmente não faltam ideias e este fim de semana aproveitei para ir até à Batalha, visitar o Mosteiro que já há algum tempo andava nos meus planos.

 

 Mandado construir por D. João I por volta de 1386, em agradecimento pelo triunfo na batalha de Aljubarrota, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória é um dos mais belos monumentos portugueses. Se à chegada a fachada impressiona, com as suas linhas góticas rendilhadas por apontamentos manuelinos, a escala, elegância e simplicidade da igreja são de cortar a respiração. Sobretudo quando a luz, em tom lilás, pinta levemente as colunas da nave central, filtrada pelos vitrais. Igualmente imponente e também com uma luz incrível, é a Capela do Fundador, onde está sepultado o Rei D. João I, a rainha Filipa de Lencastre e os príncipes de Avis.

 

IMG_0223-Edit.JPG

IMG_0207 (1).JPG

IMG_0337 (1).JPG

IMG_0322-Edit.JPG

IMG_0319-Edit.JPG

IMG_0367-Edit.JPG

 

 Ao entrar nos claustros, uma surpresa. Desconhecia que numa das salas (a Sala do Capítulo), existe um túmulo ao Soldado Desconhecido, guardado por dois militares de sentinela. Quis a sorte que estivesse precisamente na hora da cerimónia do render da guarda, pelo que a entrada nos claustros se fez ao ritmo de uma marcha militar.

 

Nos claustros podem ainda ser vistas duas exposições temporárias, uma de trajes tradicionais e outra de grandes esculturas de maneira, dispostas ao longo dos corredores. Eram engraçadas, sem dúvida, à excepção de um pormenor importante. Uma delas foi colocada precisamente na entrada das Capelas Imperfeitas. Até sou uma pessoa que aprecia arte, como sabem, mas admito que fiquei vagamente aborrecido por me terem estragado a foto que mais queria tirar... Tal como a senhora de ontem, lá fiz as figuras que tinha de fazer. De joelhos por baixo do queixo da enorme estátua de madeira para conseguir fotografar o deslumbrante portal manuelino, uma das mais impressionantes obras do património português. Devido ao ângulo demasiado baixo, a foto não ficou bem como queria, mas com algum contorcionismo e muita paciência, lá consegui uma de que gostei. Ainda ponderei trepar para as cavalitas da pobre figura, mas achei que ser preso por atentado ao património era demasiado por uma boa foto - mas estive quase, admito. Para a próxima tenho de analisar o calendário de exposições com antecedência...

 

IMG_0431.JPG

IMG_0437-Edit.JPG

 

IMG_0396 (1).JPG

IMG_0446.JPG

IMG_0499 (1).JPG

IMG_0587-Edit.JPG

 

 Como ultima nota, deixo uma sugestão. Durante os Sábados deste mês, mediante marcação, realizam-se visitas guiadas pelos telhados do Mosteiro, com o tema "Gárgulas: Função e Forma. Do Céu ao Solo". Infelizmente só soube disso no próprio dia e já não fui a tempo de aproveitar, mas fica a informação para que não percam a oportunidade. 

 

 

Podem seguir as minhas fotos no Instagram, no Facebook ou subscrever os post por email, no fundo da página.

 

A misteriosa dedicação de um fotógrafo

Andava eu a fotografar as Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha quando reparei em algo que me intrigou. 

Cada uma das sete capelas é enquadrada por um pórtico, com pequenas colunas trabalhadas. Numa grande azáfama, uma senhora andava de coluna em coluna, repetindo o mesmo ritual. Debruçava-se sobre a base de pedra e ali ficava, curvada, como que a esconder a sua fastidiosa missão. Metodicamente seguia para a seguinte e tudo recomeçava. Intrigado, fiquei a observar, percebi que entre as mãos escondia um telemóvel. Aproximei-me e reparei que cada coluna tem na base uma pequena face esculpida, todas diferentes. 

Sorri, entre o divertimento e a admiração. Afinal todos os fotógrafos já fizeram destas figuras, num qualquer projecto pessoal e não pude deixar de apreciar a dedicação.

Bem jogado minha cara colega. Bem jogado...

Quanto à minha visita ao Mosteiro da Batalha, não percam as fotos amanhã.

 

9F265347-2CCD-48D1-81AD-068B4922C4CC.jpeg

  

Podem seguir as minhas fotos no Instagram, no Facebook ou subscrever os post por email, no fundo da página.

 

 

A história da água de Lisboa

IMG_8982.JPG

 

Depois de décadas de planeamento e construção, o Aqueduto das Água Livres fez finalmente chegar aos chafarizes de Lisboa a água que tanto escasseava na capital, em 1748. Esta obra revolucionária, que permitiu triplicar o volume de água acessível à população, ainda não era, no entanto, suficiente para as necessidades da população. Com a construção  da estação elevatória a vapor dos Barbadinhos e uma rede de canalizações que permitisse trazer mais água aos lisboetas, em 1880, a situação melhorou. Este precioso recurso continuava, no entanto, a não ser tão abundante quanto o desejável, com a média de litros disponíveis por habitante bem inferior à média das cidades mais desenvolvidas, e só no século seguinte, já perto dos anos 1940, a rede de distribuição começou a estar à altura das necessidades da cidade. 

 

Estas são apenas algumas das curiosidades que aprendi na visita que fiz aos vários núcleos museológicos da EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres. A pretexto dos 150 anos da empresa, tive a sorte de ser convidado a conhecer o Museu da Água, a subir ao imponente Aqueduto das Águas Livres e a descer às galerias subterrâneas que rasgam o subsolo do centro de Lisboa.

 

Museu da Água

 

O ponto de encontro estava marcado para o Museu da Água. Meio escondido em Alfama, não muito longe do Panteão Nacional, a antiga estação elevatória a vapor dos Barbadinhos, foi a maior surpresa da visita. Incrível como não conhecia este espaço, imperdível para conhecer um pouco mais da história da cidade. O Museu divide-se entre entre a exposição permanente, num espaço renovado recentemente, cuja temática está reflectida na arquitectura fluida e futurista, e a antiga estação a vapor, que ainda mantém o aspecto e maquinaria originais. O espaço está tão bem preservado que uma das enormes máquinas ainda funciona, para efeitos demonstrativos.

 

IMG_8776.JPG

IMG_8860.JPG

IMG_8862.JPG

IMG_8958.JPG

IMG_8908.JPG

 

 

Aqueduto das Água Livres

 

Da Estação dos Barbadinhos seguimos para uma visita ao aqueduto. Esta histórica infra-estrutura - a maior do género no mundo, em pedra e alvenaria - dispensa apresentações. Mesmo com o tempo chuvoso, a vista não deixa de impressionar, assim como a escala esmagadora do monumento que sobreviveu quase intocado ao terramoto de 1755.

 

IMG_8999.JPG

IMG_9029.JPG

 

 Mãe d'Água

 

Rumo às Amoreiras, para a etapa mais aventureira desta visita. Primeiro a visita à Mãe d'Água, que à época em que foi construida funcionava como reservatório da água que aí chegava, através do aqueduto. Além da beleza sóbria do interior, ainda tive o privilégio de encontrar o artista David Oliveira a preparar a sua exposição naquele espaço. Após uma pausa para almoço, descemos ao subsolo, não sem antes equiparmos a rigor, com capacetes de segurança. Aqui encontrámos a entrada para um longo túnel, que na parte visitável se estende da Mãe d'Água até ao Reservatório da Patriarcal, localizado por baixo do Príncipe Real.

 

IMG_9065.JPG

IMG_9131.JPG

IMG_9143.JPG

IMG_9159.JPG

 

 Reservatório da Patriarcal

 

O túnel permite atravessar esta zona da cidade de forma rápida (e fresca, o que agora no Verão é óptimo) e tem a particularidade curiosa de, ao longo do percurso, apresentar nas paredes os nomes das ruas que ficam uns metros acima. Conduz a este espaço incrível, que também não conhecia, o Reservatório da Patriarcal. Hoje em dia, também já não cumpre as funções para que foi construído, sendo agora palco de eventos, exposições e concertos. Da Patriarcal, saímos para o miradouro de São Pedro de Alcântara, dando como terminada esta visita, que nos levou pela história do abastecimento de água em Lisboa - que corre também em paralelo com a história da cidade nos últimos 150 anos.

 

IMG_9176.JPG

IMG_9200.JPG

IMG_9210.JPG

 

 Os 150 anos da EPAL

 

Visitar o aqueduto, os reservatórios, ou a estação a vapor dos Barbadinhos, é visitar artefactos históricos da cidade, que embora obsoletos na sua função, continuam como lembrança do engenho e perseverança de quem teve a visão para realizar estas obras ímpares. Para celebrar os 150 anos da EPAL, além de vários eventos, as entradas em todos estes espaços são gratuitas aos Sábados, até ao final do ano.

 

Ficaram com vontade de visitar?

 

IMG_9234.JPG

 

 

Podem seguir as minhas fotos no Instagram, no Facebook ou subscrever os post por email, no fundo da página.

 

O Museu de Marinha

IMG_8392.JPG

 

Enquanto não se resolve a polémica em torno do futuro Museu das Descobertas, o mais próximo que temos em Lisboa de um espaço dedicado aos descobrimentos, é o Museu de Marinha. A exposição é mais abrangente que isso, fazendo um resumo do que tem sido a relação dos portugueses com o mar, mas as primeiras salas falam-nos um pouco dos descobrimentos, com várias réplicas de vários navios e instrumentos de navegação recuperados de naufrágios ( oh não! Escrevi "descobrimentos". Peço desculpa aos ofendidos, ainda não sei qual a palavra politicamente correcta).

 

IMG_8337.JPG

IMG_8343.JPG

IMG_8346.JPG

 

As salas seguintes são dedicadas à marinha portuguesa, mas também à navegação civil, com uma zona dedicada à indústria pesqueira. No final da ala que se encontra no mosteiro dos Jerónimos, podemos ver o que resta do antigo iate Dona Amélia - navio de recreio e investigação cientifica mandado construir pelo rei D. Carlos -  que apesar de ter sido desmantelado, viu o seu interior preservado.

 

IMG_8369.JPG

IMG_8373.JPG

 

A visita termina no Pavilhão das Galeotas, à esquerda do edifício dos Jerónimos, construído para alojar, não surpreendentemente, a colecção de galeotas reais. A jóia da coroa da exposição é o enorme (e magnífico) bergantim real, construído em 1780 e ricamente decorado em talha dourada.

 

IMG_8409.JPG

IMG_8424.JPG

IMG_8486.JPG

 

Ao seu redor, vários barcos e navios encontraram o seu último porto e contam um pouco da história naval de Portugal. Aqui encontram-se várias embarcações tradicionais e de recreio e até três hidroaviões, entre os quais o "Santa Cruz", em que o Almirante Gago Coutinho e o Comandante Sacadura Cabral concluíram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

 

IMG_8381.JPG

IMG_8494.JPG

IMG_8500.JPG

IMG_8475.JPG

 

Podem seguir as minhas fotos no Instagram, no Facebook ou subscrever os post por email, no fundo da página.

 

 

 

O Museu Arqueológico do Carmo

IMG_6287 (1).JPG

 

Este ano decidi que ia ser mais vezes turista na "minha" cidade. Passeio muitas vezes pelas ruas de Lisboa, mas entre quatro paredes há muito para ver. Exposições, museus ou palácios, há muito para descobrir com calma, por quem tipicamente vive a cidade em permanente correria. Comecei pela Sé, como podem ler neste post. Há algumas semanas visitei outro monumento por onde já passei dezenas de vezes, o Museu Arqueológico do Carmo.

 

Quando ali entrei não pude deixar de contemplar aquele espaço, em silêncio, e lembrar-me do que estas paredes simbolizam. Mais que um museu, são também uma espécie de monumento ao terramoto de 1755. Uma ferida que ainda hoje permanece aberta no coração da cidade. Até porque naquela manhã em que a terra tremeu, era feriado, o dia de Todos-os-Santos. Uma coincidência particularmente infeliz, já que por toda a cidade milhares de velas foram acesas em celebração e as igrejas estavam cheias. O terramoto e o incêndio que se seguiu deixaram a igreja praticamente destruída. O que restou permite, ainda hoje, adivinhar um dos templos mais imponentes da cidade e não deixa de ser estranho que um espaço com esta carga dramática funcione como o átrio principal de um museu. Em todo o perímetro estão expostas peças de várias épocas, recolhidas em vários pontes da cidade ao longo dos anos. Ao fundo, onde seriam o altar-mor e as capelas, existe uma zona fechada, repleta de artefactos arqueológicos, que vão da pré-história à época moderna. Entre ferramentas de sílex, azulejos e túmulos, até duas múmias peruanas se podem descobrir.

 

É um espaço difícil de descrever e catalogar. A mistura de estilos, épocas e as contradições do próprio espaço, fazem do Museu Arqueológico do Carmo um dos locais mais curiosos da cidade.

 

IMG_6309.JPG

 

IMG_6297.JPG

IMG_6310.JPG

 

Se não estou em erro, a entrada custou 4,5€ e a visita pode ser feita nos seguintes horários:

 

De Segunda-feira a Sábado - 10h00 às 18h00
(De 01 de Outubro a 31 de Maio)

De Segunda-feira a Sábado - 10h00 às 19h00
(De 01 de Junho a 30 de Setembro)

Encerrado: Domingo, Natal, Ano Novo e 1º de Maio

 

Podem seguir as minhas fotos no Instagram, no Facebook ou subscrever os post por email, no fundo da página.

 

Florença - O Palácio Vecchio e a Uffizi

No coração de Florença, mesmo junto ao Arno, ficam dois dos edifícios mais marcantes de Florença. O Palácio Vecchio e as Galerias Uffizi.

 

O primeiro é um símbolo de poder da cidade desde o século XIII, sendo ainda hoje a sede da Câmara Municipal de Florença. No interior, ricamente decorado, destaca-se o enorme Salão dos Quinheitos. Este Salão, que ainda hoje recebe eventos (como se percebe pelas fotos), chegou até a receber o parlamento italiano, durante o período em que Florença foi a capital do Reino de Itália (1865 a 1871).

 

IMG_3171.jpg

IMG_3193-Edit.jpg

IMG_3155.jpg

IMG_3172.jpg

IMG_3232.jpg

 

Mesmo ao lado do Vecchio, a Galeria Uffizi alberga umas das mais importantes colecções de arte do mundo (e a mais importante do Renascimento), reunidas pela poderosa família Medici. Várias das obras famosas podem ser vistas aqui, como O Nascimento de Vénus ou Primavera, de Botticelli, e o recentemente restaurado A Adoração dos Magos, de Leonardo da Vinci.

Para a visita a este museu, recomendo vivamente que comprem bihete online antes da viagem. As filas são gigantescas e sem bilhete a espera pode chegar a várias horas.

 

IMG_2377.jpg

IMG_3083-Edit.jpg

IMG_3090.jpg

IMG_3132.jpg

IMG_3144.jpg

 

Podem seguir as minhas fotos no Instagram, no Facebook ou subscrever os post por email, no fundo da página.

 

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2015
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2014
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2013
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2012
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2011
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.