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Entre a Espada e a Palavra - Pieter Hugo no Museu Berardo

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A exposição abre com os retratos dos domadores de Hienas, que tornaram Pieter Hugo famoso e lhe valeram o World Press Photo em 2006. Lembro-me delas dessa altura e, no entanto, desconhecia o trabalho registado nas restantes 14 séries que compõem esta retrospectiva. Fico feliz por poder agora dizer que conheço um pouco mais da obra deste que é um dos fotógrafos incontornáveis dos nossos tempos. Ali estão momentos, pessoas, sentimentos, os contrastes que tanto fascinam o fotógrafo, imortalizados de uma maneira tão crua, tão bela e marcante que ainda hoje me continuam no pensamento, quase uma semana depois de ter estado na inauguração. 

 

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Marcado pelos "os vestígios visíveis e invisíveis e as cicatrizes das vivências biográficas e da experiência histórica nacional, Hugo mostra especial interesse pelas subculturas sociais, pelo fosso entre o idealizado e o real (...). O que é que nos divide e o que é que nos une? Como é que as pessoas vivem sob a sombra da repressão cultural ou do domínio político? O fotógrafo sul-africano Pieter Hugo (Joanesburgo, 1976) aborda estas questões nos seus retratos, nas suas naturezas-mortas e nas suas paisagens", numa grande exposição trazida a Portugal pelo Museu Colecção Berardo, a que hei de voltar pelo menos mais uma vez. A densidade temática, o impacto e a beleza daquelas fotografias assim o exige. 

 

As fotografias estarão em exposição até Outubro, por isso não percam a oportunidade de as visitar, é absolutamente imperdível.

 

Uma exposição do Kunstmuseum Wolfsburg.

Pieter Hugo. Between the Devil and the Deep Blue Sea (Entre a Espada e a Palavra)
Curadoria de Uta Ruhkamp.
Patente até 07/10/2018, no Piso-1 do Museu Coleção Berardo.
Aberto todos os dias, das 10h00 às 19h00 (última entrada: 18h30) - A entrada no Museu Berardo é gratuita aos Sábados.

 

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A Vida por um Fio, de David Oliveira

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Recentemente tive a sorte de ser convidado para um evento - de que falarei brevemente aqui no blog - que incluía uma visita ao reservatório da Mãe d'Água. Como se o espaço já não fosse suficientemente impressionante por si só, tive o privilégio de a visita coincidir com a altura em que o artista David Oliveira preparava a sua próxima exposição. Conheci o trabalho deste jovem e talentoso artista há alguns meses e desde aí que passei a segui-lo com interesse. Imaginem então o que foi dar de caras com ele, enquanto montava as suas maravilhosas e etéreas esculturas, que mais parecem desenhos a três dimensões, suspensos no ar).

 

Só publico duas fotos, porque não quero estragar a surpresa, nem revelar as várias peças que por lá podem ser admiradas a partir de hoje, dia 7 de Junho. Para quem tiver ficado curioso, a exposição prolonga-se até ao dia 16 de Setembro, no seguinte horário:

 

Terça a sábado das 10h às 12h30 e das 13h30 às 17h30. Encerra ao domingo e segunda.

 

Os bilhetes para a Mãe d'Água custam 3€, mas no âmbito da comemoração dos 150 anos da EPAL, as entradas são gratuitas aos Sábados (aqui e em todos os núcleos museológicos da EPAL até ao final do ano, incluindo o Aqueduto das Águas Livres).

 

 

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Sugestão para o fim de semana prolongado

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Os dias de primavera ainda andam cinzentos, mas que tal dar um pouco de cor ao fim de semana, com uma visita à exposição Linha, Forma e Cor, no Museu Berardo?

 

Se este pequeno conjunto de obras da Coleção Berardo, em que os artistas utilizam livre e criativamente a linha, a forma e a cor, abrir o apetite para mais, o museu tem mais duas exposições que merecem ser vistas. Uma de fotografia - Photo-Metragens de João Miguel Barros - e outra que, de maneira muito divertida e original, transforma em arte objectos do nosso quotidiano.

 

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Florença - Experiência Leonardo da Vinci

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Os cartazes que se viam na rua chamavam à atenção. A Leonardo da Vinci Experience prometia uma experiência multimédia única, sobre a vida de um dos mais fascinantes habitantes de Florença.

 

Comprámos bilhete, a uns exorbitantes 15€. A entrada fazia-se pela lateral do que parecia ser um antigo convento. Dava acesso a uma pequena sala com alguns cartazes informativos, duas ou três maquetes e uma experiência de realidade virtual que até poderia descrever como pobre e desinteressante, se não tivesse passado o tempo entretido a tentar o impossível - que a imagem dos óculos ficasse focada.

 

Felizmente havia mais para ver. Umas escadas davam acesso uma uma sala enorme. Era a nave de uma antiga igreja. A toda a volta enormes telas mostravam imagens da obra de da Vinci. Não era particularmente informativo, mas o efeito era impressionante e ficámos ali, largos minutos, enquanto se sucediam pinturas, invenções e imagens de manuscritos do mestre renascentista.

 

Não sei bem se compensou os 15€ que paguei, mas a verdade é que deu para umas fotos engraçadas. E isso já vale alguma coisa!

 

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Quem espera nem sempre alcança

A estrada até Piodão não passa onde se quis construir, mas onde o serpentear da serra deixou. São curvas e contra-curvas, sempre com uma vista deslubrante. Enquanto descia até ao fundo do vale, reparei uma zona da estrada que enquadrava a pequena aldeia na perfeição. Em primeiro plano a estrada, lá mais em baixo fazia uma espécie de "S". Fiquei logo com ideias.

 

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Giro, giro, era se conseguisse apanhar o rasto das luzes de um carro, a marcar aquele "S" da estrada, com uma longa exposição - pensei.

 

No dia seguinte, depois de jantar, conduzi até ao "miradouro" que tinha escolhido. Esperei.

 

Esperei. 

 

Esperei mais um pouco. 

 

O meu plano tinha uma pequena falha, aparentemente. A estrada tem pouco movimento. Sobretudo à noite, é raro passar um carro. Esperei quase uma hora... e finalmente ouvi o som de rodas no alcatrão. 

 

Um carro passou por mim... Não sem antes os ocupantes me lançarem um olhar meio incrédulo. 

 

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Só que entretanto, eu já tinha mudado o tripé para outro sítio, um pouco mais acima na estrada. Hesitei em voltar atrás, mas não queria perder a oportunidade. O enquadramento ali não era tão bom... Mas já tão tinha tempo para emendar. 

 

Esperei mais um pouco... As árvores não me deixavam ver o percurso do carro, por isso guiei-me pelo ouvido... 

 

Click. 

 

Falhei o timing! Só apanhei o rasto dos faróis já a meio da estrada. 

 

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Manifesto Pró-Almada Negreiros

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BASTA PUM BASTA!

 

ALGUÉM AINDA NÃO FOI À GULBENKIAN? BASTA DE DESCULPAS!

 

UMA GERAÇÃO QUE DEIXE PASSAR ESTA EXPOSIÇÃO É UMA GERAÇÃO QUE NÃO SABE O QUE PERDE! NÃO VER A OBRA DE ALMADA NEGREIROS É INDIGNO, ABAIXO DE ZERO!

 

ABAIXO ESSA GERAÇÃO!

 

VIVA O ALMADA, VIVA!  PIM!

 

UMA GERAÇÃO COM UM ALMADA, PASSA DE BURRO PARA CAVALO!

 

ALMADA PINTA, DESENHA. ALMADA ESCREVE, REPRESENTA. ALMADA FAZ TUDO. E FAZ BEM!

 

ALMADA É HABILIDOSO!!

 

ALMADA É ARTE!

 

ALMADA É GÉNIO!

 

VIVA O ALMADA, VIVA! PIM!

 

SIM, ALMADA VESTIA ROUPAS ESTRANHAS, ATACAVA AS MENTES TACANHAS, EM MANIFESTOS NO ORPHEU.

 

MAS DO DANTAS SÓ SE SABE QUE CHEIRAVA MAL DA BOCA, E FOI ALMADA QUE PERMANECEU!

 

VIVA O ALMADA, VIVA!  PIM!

 

 

Já conhecia e admirava Almada Negreiros. Pelo menos o Almada que todos conhecem, mesmo que não lhe saibam o nome; o Almada que tem o painel na entrada principal da Gulbenkian, cujos desenhos decoram a estação de metro da Saldanha; e claro, o Almada do Manifesto Anti-Dantas, que serviu de inspiração para o início deste post.

 

Menos inspirado foi o início da minha visita à exposição “Almada Negreiros – Uma Maneira de Ser Moderno”, que ocupa das duas salas de exposições temporárias da Gulbenkian, até 5 de Junho. Tirei uma fotografia, a primeira deste post, e fiquei sem bateria na máquina fotográfica. Claro que, além disso, me tinha também esquecido da bateria suplente! João Farinha – Mais Uma Maneira de Ser Distraído.

 

Mas quem não tem máquina fotográfica, fotografa com telemóvel. Nada que não se resolva.

 


Isto de ser moderno é como ser elegante: não é uma maneira de vestir mas sim uma maneira de ser. Ser moderno não é fazer a caligrafia moderna, é ser o legítimo descobridor da novidade.


José de Almada Negreiros, conferência O Desenho, Madrid 1927

 

 

Mas se a visita se iniciou com um pequeno contratempo, percorrer a exposição foi descobrir um artista que escapa a qualquer categorização. Um homem que nunca teve qualquer formação em arte, mas que dominou com mestria vários estilos e materiais.

 

A exposição, comissariada pela historiadora de arte Mariana Pinto dos Santos – que merece todos os elogios – é notável na coerência e naturalidade com que nos apresenta uma obra tão vasta e diversa.

 

Estão lá os quadros e desenhos mais famosos de Almada Negreiros, mas estes representam uma pequena parte dos mais de 400 trabalhos expostos. Muitos dos quais, podem agora ser vistos pelo grande público pela primeira vez.

 

Ao longo das duas salas, encontram-se quadros a óleo, vitrais, esboços e estudos para murais e painéis decorativos, ou ilustrações para cartazes publicitários e desenhos humorísticos. E não há uma única destas peças que não mereça um olhar atento e prolongado.

 

Impressionaram-me particularmente um desenho a carvão, cuja tridimensionalidade é absolutamente hipnótica, ou um conjunto de três quadros que homenageia a famosa pintura da guitarra de Amadeu de Souza-Cardoso, seu contemporâneo. Duas das muitas obras que desconhecia por completo.

 

Depois da visita, só me apetece dizer, Almada não era moderno. Nem à frente do seu tempo. Almada é intemporal.

 

Arranje-se tempo sim, para visitar esta exposição absolutamente imperdível. Não o fazer é “indigno, abaixo de zero!”

 

 PIM!

 

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Informações:

 

Fundação Calouste Gulbenkian

 

A exposição pode ser visitada até ao dia 5 junho das 10:00 até 18:00. Excepto às Quintas e Sábados, em que visita se faz até às 21:00.

 

Encerra às Terças.

 

Cada bilhete normal custa 5€. 

 

 

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