Este post é o primeiro de uma série dedicada à minha viagem à Argentina, no ano passado. Tal como os próximos, este será dedicado a Buenos Aires, mas a viagem levar-nos-á ao glaciar Perito Moreno, a El Chaltén, meca do montanhismo, a Ushuaia, a cidade mais a sul do mundo, e numa visita às baleias e pinguins, em Punta Tombo. O vídeo que fiz desta aventura, e que mostra tudo isto, pode ser visto aqui.
Buenos Aires - O primeiro dia e impressões da cidade
Cheguei ao apartamento onde iria ficar nos próximos três dias, eram 6 da manhã. O silêncio da cidade ainda adormecida, os passos sonolentos, de quem me veio abrir a porta, um dos meus amigos que tinham chegado na véspera, diziam-me que ainda não era tempo para aventuras. Tentei dormir... Afinal tinham passado 17 horas desde que tinha entrado no aeroporto em Lisboa. Mas como, quando se tem uma nova cidade lá fora, à nossa espera?
Há sítios que nos cativam desde o primeiro momento, e este foi assim. A energia electrizante nas ruas, nas pessoas, fez-me esquecer completamente o cansaço da viagem (ou seria só em mim, com o entusiasmo de estar a descobrir uma cidade tão vibrante?).
Inicialmente surpreendeu-me como a capital Argentina me pareceu uma cidade tão familiar. Tão europeia na sua arquitectura. E até em pequenos detalhes, como os argentinos dizerem "Bom dia", em vez de "Buenos dias".
No final, deixaria Buenos Aires surpreendido com a sua identidade tão própria e tão marcante. Com a sua monumentalidade, a simplicidade e simpatia dos seus habitantes. Com a maneira como é uma cidade cosmopolita, mas ao mesmo tempo genuína, orgulhosa e consciente da sua história, mesmo das partes menos boas. Uma história que é curta (a Argentina é um país surpreendentemente recente) e intensa, por vezes violenta, mas sempre incrivelmente cativante. Inevitavelmente, apaixonei-me por Buenos Aires.
No primeiro dia passeámos pelas ruas do centro, sem grandes planos ou destinos traçados. Deixámos as visitas mais planeadas para os outros dois dias (e neste caso, para os próximos posts).
Já ao fim da noite, após sairmos de um "boliche" onde fomos ouvir cantar tango (sim, também existe um tango cantado, numa espécie de balada), o sono apanhou-me o passo. Até aí, pensava que "dormir em pé" era só uma expressão. É estranha a sensação de acordar, porque se deu um passo em falso no passeio. Não estava já a dormir? Só mais um pouco, estava quase, quase em casa...
Monumento à Independência da Argentina
Congresso Nacional da Argentina