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O dia em que fui ao Canadá sem querer

Estavamos em Detroit. Uma cidade feia, muito industrial, com edifícios enormes, escuros, sujos e de arquitectura austera. Notavam-se bem os efeitos da crise do início dos anos 2000, que ali atirou milhares de pessoas para o desemprego e fechou centenas de fábricas e negócios. Muitas casas e armazens devolutos e em mau estado.

 

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Tínhamos chegado de Chicago na véspera à noite e partiríamos no final desse dia, rumo a Toronto. Ansiosos por uma vista menos claustrofóbica da cidade, decidimos atravessar o rio, ver Detroit de uma outra perspectiva.

 

De carro, atravessámos um dos túneis que passam por baixo do rio Detroit. Antes de emergir na outra margem, deparámo-nos com uma espécie de portagem. À nossa frente, alguns carros aguardavam. Achámos estranho a demora, enquanto os carros iam parando e seguindo, a conta gotas. Até que chegou a nossa vez... pediram-nos o passaporte, fizeram umas perguntas e espetaram-lhe um carimbo.

 

"CANADÁ" - dizia.

 

Afinal estávamos num posto fronteiriço. Tínhamos acabado de viajar até ao Canadá sem saber. Windor - era o nome da pequena cidada, sem muito para ver. Começou a nevar, enquanto caminhavamos até ao rio.

 

E Detroit, lá ao fundo, com as enormes torres da General Motors em destaque, até não parecia assim tão horrível.

 

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Quente e frio

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Às vezes acontece. Quando estou a ver fotos antigas, há uma que me salta do ecrã e pede uma segunda oportunidade. 

 

Foi o caso desta. Nunca tinha dado por ela, e ontem vi-a como que pela primeira vez.

 

Tirei-a em Dezembro de 2010, em Toronto. Lembro-me que esta pintura me chamou à atenção, e de esperar que passasse alguém. Os meus amigos, meio impacientes, continuaram a percorrer a rua, e eu fiquei. Vi um borrão de cor, pelo canto do olho. Preparei a máquina. Numa velocidade lenta, para arrastar o movimento.

 

Click!

 

Não sei bem porque não liguei muito à foto, quando revivi a viagem em casa. Mas gosto dela. O contraste entre o tema da pintura, e o frio que se adivinha na realidade que a envolve. O homem que passa desinteressado, provavelmente ansioso por chegar a casa.

 

Resultou bem, o efeito de arrasto. Realça a indiferença do homem a esta leve promessa de dias mais quentes, e a pressa que o frio empresta ao seu passo. E até tive sorte na cor do casaco. O quente e o frio que se complementam. Nas cores e nos motivos.

 

Nunca tinha dado por ela, e ontem vi-a como que pela primeira vez... Acontece.

 

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