O dia em que fui ao Canadá sem querer
Estavamos em Detroit. Uma cidade feia, muito industrial, com edifícios enormes, escuros, sujos e de arquitectura austera. Notavam-se bem os efeitos da crise do início dos anos 2000, que ali atirou milhares de pessoas para o desemprego e fechou centenas de fábricas e negócios. Muitas casas e armazens devolutos e em mau estado.
Tínhamos chegado de Chicago na véspera à noite e partiríamos no final desse dia, rumo a Toronto. Ansiosos por uma vista menos claustrofóbica da cidade, decidimos atravessar o rio, ver Detroit de uma outra perspectiva.
De carro, atravessámos um dos túneis que passam por baixo do rio Detroit. Antes de emergir na outra margem, deparámo-nos com uma espécie de portagem. À nossa frente, alguns carros aguardavam. Achámos estranho a demora, enquanto os carros iam parando e seguindo, a conta gotas. Até que chegou a nossa vez... pediram-nos o passaporte, fizeram umas perguntas e espetaram-lhe um carimbo.
"CANADÁ" - dizia.
Afinal estávamos num posto fronteiriço. Tínhamos acabado de viajar até ao Canadá sem saber. Windor - era o nome da pequena cidada, sem muito para ver. Começou a nevar, enquanto caminhavamos até ao rio.
E Detroit, lá ao fundo, com as enormes torres da General Motors em destaque, até não parecia assim tão horrível.
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