Sol, chuva e o MAAT
Eu fui uma das pessoas que teve a brilhante ideia de visitar o MAAT (Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia), na sua inauguração, dia 5 de Outubro. No meio de filas intermináveis, caos no trânsito e interdições de pontes pedonais, fiquei com a vaga ideia que realmente havia ali um edifício. Mas nesse dia, o MAAT não era forrado com painéis de cerâmica. Todo ele era pessoas. E não fiquei inteiramente convencido da sua existência.
Este Sábado decidi voltar. Nem fui muito cedo - queria fotografar os reflexos do Sol no revestimento do edifício - por isso quando lá cheguei, os "fotógrafos a sério", armados com os seus tripés, já estavam a ir embora.
O que salta logo à vista, é como o edifício, desenhado por Amanda Levete, é um exemplo de integração de uma arquitectura moderna e arrojada numa zona histórica tão emblemática como Belém (ainda por cima quando basta olhar para o outro lado da linha de comboio, para o Museu Nacional dos Coches, para ver exactamente o oposto). O facto de parte do edifício se encontrar debaixo do chão, e de a própria cobertura servir como uma espécie de nova praça e miradouro sobre o Tejo, torna a sua presença naquele espaço tão natural quanto a fluidez das suas linhas.
E lá andava eu, maravilhado, com a elegância do MAAT, e com a maneira como a luz do Sol reflete nos painéis de cerâmica, quando... deixa de haver Sol. E começa a chover torrencialmente...
Mas à chuva também se fazem boas fotos, e até acabei por tirar das minhas preferidas dos últimos tempos (algumas das quais ficarão para outro post, porque não têm muito a ver com o MAAT).
Muita gente continuava a fazer a sua corrida matinal, sem se preocupar com o dilúvio repentino, outras pessoas abrigaram-se junto à entrada do edifício. Até me deu jeito, mais "figurantes" para as minhas fotos! Especialmente o guia turístico que, de guarda chuva em punho ia testando as condições atmosféricas.
Aproveitei uma pausa na intempérie, para tentar voltar para casa, mas meia dúzia de metros depois, voltou ainda mais forte. Acabei por entrar na estrutura temporária, construída entre os dois edifícios do MAAT, onde está uma pequena exposição de ilustração, em busca de algum abrigo. Não foi o melhor plano de sempre. É uma exposição muito engraçada, mas parte da estrutura não tem tecto, não tem nada, pelo que a chuva me continuava a perseguir (até porque mesmo em alguns sítios com tecto também chovia).
Mais molha menos molha, enchi-me de coragem, e lá decidi ir mesmo assim, apanhar o comboio de volta a casa.
E a chuva parou.