Quente e frio
Às vezes acontece. Quando estou a ver fotos antigas, há uma que me salta do ecrã e pede uma segunda oportunidade.
Foi o caso desta. Nunca tinha dado por ela, e ontem vi-a como que pela primeira vez.
Tirei-a em Dezembro de 2010, em Toronto. Lembro-me que esta pintura me chamou à atenção, e de esperar que passasse alguém. Os meus amigos, meio impacientes, continuaram a percorrer a rua, e eu fiquei. Vi um borrão de cor, pelo canto do olho. Preparei a máquina. Numa velocidade lenta, para arrastar o movimento.
Click!
Não sei bem porque não liguei muito à foto, quando revivi a viagem em casa. Mas gosto dela. O contraste entre o tema da pintura, e o frio que se adivinha na realidade que a envolve. O homem que passa desinteressado, provavelmente ansioso por chegar a casa.
Resultou bem, o efeito de arrasto. Realça a indiferença do homem a esta leve promessa de dias mais quentes, e a pressa que o frio empresta ao seu passo. E até tive sorte na cor do casaco. O quente e o frio que se complementam. Nas cores e nos motivos.
Nunca tinha dado por ela, e ontem vi-a como que pela primeira vez... Acontece.
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