Quando o mal espreita
Ia a descer por uma estreita quelha de pedras gastas, a caminho da aldeia de Piodão. Ao fundo, existem umas pequenas casas de pedra, onde é guardado algum do gado comunitário da aldeia. Já por lá tinha passado no dia anterior, mas os animais estavam trancados. Mas naquele fatídico dia a história seria outra. As portas estavam abertas. Algumas ovelhas tinham ido à sua vida. Ovelhar por aqueles socalcos fora, mas algumas ficaram. E achei que dava uma foto gira. Tirei primeiro a foto acima. Não gostei muito. Mas algo não estava bem... E não, não estou só a falar das fotos.
Sentia-me observado... Aquele desconforto que descrevem nos filmes de terror, antes de alguma coisa saltar para o ecrã.
Hesitei... e virei-me...
Oh! O horror!
Uma cabra (ou uma ovelha tosquiada???) olhava para mim. Imóvel.
Sem expressão. Sem pestanejar. Sem se mexer. Sem respirar sequer.
E assim ficou. Minutos, talvez. Pareceram horas.
Eu retribuía o olhar gélido. Tentava parecer forte, sem conseguir escapar ao julgo hipnótico da besta.
Paralisado de terror, tentei mexer-me. Não podia fraquejar!
A custo, fiz a única pessoa que qualquer pessoa sã, faria na minha posição ...
Click!
Tirei uma foto!
Nenhum animal foi magoado na realização desta foto.