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Manifesto Pró-Almada Negreiros

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BASTA PUM BASTA!

 

ALGUÉM AINDA NÃO FOI À GULBENKIAN? BASTA DE DESCULPAS!

 

UMA GERAÇÃO QUE DEIXE PASSAR ESTA EXPOSIÇÃO É UMA GERAÇÃO QUE NÃO SABE O QUE PERDE! NÃO VER A OBRA DE ALMADA NEGREIROS É INDIGNO, ABAIXO DE ZERO!

 

ABAIXO ESSA GERAÇÃO!

 

VIVA O ALMADA, VIVA!  PIM!

 

UMA GERAÇÃO COM UM ALMADA, PASSA DE BURRO PARA CAVALO!

 

ALMADA PINTA, DESENHA. ALMADA ESCREVE, REPRESENTA. ALMADA FAZ TUDO. E FAZ BEM!

 

ALMADA É HABILIDOSO!!

 

ALMADA É ARTE!

 

ALMADA É GÉNIO!

 

VIVA O ALMADA, VIVA! PIM!

 

SIM, ALMADA VESTIA ROUPAS ESTRANHAS, ATACAVA AS MENTES TACANHAS, EM MANIFESTOS NO ORPHEU.

 

MAS DO DANTAS SÓ SE SABE QUE CHEIRAVA MAL DA BOCA, E FOI ALMADA QUE PERMANECEU!

 

VIVA O ALMADA, VIVA!  PIM!

 

 

Já conhecia e admirava Almada Negreiros. Pelo menos o Almada que todos conhecem, mesmo que não lhe saibam o nome; o Almada que tem o painel na entrada principal da Gulbenkian, cujos desenhos decoram a estação de metro da Saldanha; e claro, o Almada do Manifesto Anti-Dantas, que serviu de inspiração para o início deste post.

 

Menos inspirado foi o início da minha visita à exposição “Almada Negreiros – Uma Maneira de Ser Moderno”, que ocupa das duas salas de exposições temporárias da Gulbenkian, até 5 de Junho. Tirei uma fotografia, a primeira deste post, e fiquei sem bateria na máquina fotográfica. Claro que, além disso, me tinha também esquecido da bateria suplente! João Farinha – Mais Uma Maneira de Ser Distraído.

 

Mas quem não tem máquina fotográfica, fotografa com telemóvel. Nada que não se resolva.

 


Isto de ser moderno é como ser elegante: não é uma maneira de vestir mas sim uma maneira de ser. Ser moderno não é fazer a caligrafia moderna, é ser o legítimo descobridor da novidade.


José de Almada Negreiros, conferência O Desenho, Madrid 1927

 

 

Mas se a visita se iniciou com um pequeno contratempo, percorrer a exposição foi descobrir um artista que escapa a qualquer categorização. Um homem que nunca teve qualquer formação em arte, mas que dominou com mestria vários estilos e materiais.

 

A exposição, comissariada pela historiadora de arte Mariana Pinto dos Santos – que merece todos os elogios – é notável na coerência e naturalidade com que nos apresenta uma obra tão vasta e diversa.

 

Estão lá os quadros e desenhos mais famosos de Almada Negreiros, mas estes representam uma pequena parte dos mais de 400 trabalhos expostos. Muitos dos quais, podem agora ser vistos pelo grande público pela primeira vez.

 

Ao longo das duas salas, encontram-se quadros a óleo, vitrais, esboços e estudos para murais e painéis decorativos, ou ilustrações para cartazes publicitários e desenhos humorísticos. E não há uma única destas peças que não mereça um olhar atento e prolongado.

 

Impressionaram-me particularmente um desenho a carvão, cuja tridimensionalidade é absolutamente hipnótica, ou um conjunto de três quadros que homenageia a famosa pintura da guitarra de Amadeu de Souza-Cardoso, seu contemporâneo. Duas das muitas obras que desconhecia por completo.

 

Depois da visita, só me apetece dizer, Almada não era moderno. Nem à frente do seu tempo. Almada é intemporal.

 

Arranje-se tempo sim, para visitar esta exposição absolutamente imperdível. Não o fazer é “indigno, abaixo de zero!”

 

 PIM!

 

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Informações:

 

Fundação Calouste Gulbenkian

 

A exposição pode ser visitada até ao dia 5 junho das 10:00 até 18:00. Excepto às Quintas e Sábados, em que visita se faz até às 21:00.

 

Encerra às Terças.

 

Cada bilhete normal custa 5€. 

 

 

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