Alfama - Uma aldeia de Lisboa
Lisboa dificilmente se poderá comparar a outras cidades europeias, na sua monumentalidade. Claro que o Mosteiro dos Jerónimos ou a Torre de Belém são edifícios impressionantes pela sua beleza arquitectónica, mas o que torna a capital uma cidade verdadeiramente especial são os seus bairros históricos. Da Baixa até à Graça, passando pela Mouraria ou Alfama, são estas aldeias dentro da cidade, que dão a Lisboa a sua identidade única.
Certamente que todos têm os seus encantos, e merecem uma visita. Mas Alfama, para mim, tem uma magia muito especial, e é o meu sítio preferido da cidade. Gosto de passar por lá com alguma regularidade, e como já não ia há alguns meses, este Sábado matei saudades (embora nem todas as fotos deste artigo sejam deste fim de semana).
Um passeio por este bairro, nunca é igual, e há sempre surpresas a descobrir, por mais vezes que deambule pelas suas ruas labirínticas, onde luz matinal tropeça a medo nas pedras da calçada, para entrar de rompante nas ruelas estreitas, onde por vezes o tempo parece não ousar passar. Ruas apertadas, onde só passa uma pessoa, que vão dar a palacetes de contos de fadas, fontes e painéis de azulejos que contam séculos de histórias.
E se algumas ruas parecem quase indiferentes ao avançar da civilização, outras renovam-se, seja através de inspiradas intervenções de arte urbana, seja através da criatividade mais ou menos tresloucadas dos seus habitantes. Também as decorações dos Santos Populares, teimam em resistir, dando o seu alegre contributo.
Muitas das pessoas que conheço, moram em Lisboa e nunca foram a Alfama. Aliás sempre que por lá passo, além dos habitantes, quase só se vêm turistas estrangeiros. Gostava que estas fotos levassem alguns Lisboetas a descobrir aquele que parece ainda ser um segredo bem guardado. Mas não podem é ir todos ao mesmo tempo. Em algumas ruas não cabem todos...
Lavadouro Público
Obra da artista Ana Cristina Dias