Este ano decidi que ia ser mais vezes turista na "minha" cidade. Passeio muitas vezes pelas ruas de Lisboa, mas entre quatro paredes há muito para ver. Exposições, museus ou palácios, há muito para descobrir com calma, por quem tipicamente vive a cidade em permanente correria. Comecei pela Sé, como podem ler neste post. Há algumas semanas visitei outro monumento por onde já passei dezenas de vezes, o Museu Arqueológico do Carmo.
Quando ali entrei não pude deixar de contemplar aquele espaço, em silêncio, e lembrar-me do que estas paredes simbolizam. Mais que um museu, são também uma espécie de monumento ao terramoto de 1755. Uma ferida que ainda hoje permanece aberta no coração da cidade. Até porque naquela manhã em que a terra tremeu, era feriado, o dia de Todos-os-Santos. Uma coincidência particularmente infeliz, já que por toda a cidade milhares de velas foram acesas em celebração e as igrejas estavam cheias. O terramoto e o incêndio que se seguiu deixaram a igreja praticamente destruída. O que restou permite, ainda hoje, adivinhar um dos templos mais imponentes da cidade e não deixa de ser estranho que um espaço com esta carga dramática funcione como o átrio principal de um museu. Em todo o perímetro estão expostas peças de várias épocas, recolhidas em vários pontes da cidade ao longo dos anos. Ao fundo, onde seriam o altar-mor e as capelas, existe uma zona fechada, repleta de artefactos arqueológicos, que vão da pré-história à época moderna. Entre ferramentas de sílex, azulejos e túmulos, até duas múmias peruanas se podem descobrir.
É um espaço difícil de descrever e catalogar. A mistura de estilos, épocas e as contradições do próprio espaço, fazem do Museu Arqueológico do Carmo um dos locais mais curiosos da cidade.
Se não estou em erro, a entrada custou 4,5€ e a visita pode ser feita nos seguintes horários:
De Segunda-feira a Sábado - 10h00 às 18h00
(De 01 de Outubro a 31 de Maio)
De Segunda-feira a Sábado - 10h00 às 19h00
(De 01 de Junho a 30 de Setembro)
Encerrado: Domingo, Natal, Ano Novo e 1º de Maio
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