Não sou nada activo na maior parte das redes sociais. Não gosto muito do facebook, embora tenha conta, porque às vezes se torna conveniente.
A excepção é o Instagram. É mais descontraído, já que a experiência é um pouco o que nós quisermos, dependendo de quem seguimos. No meu caso sigo essencialmente pessoas que gostam de fotografar e que todos os dias publicam imagens que me inspiram.
Mais do que ir mostrando o "trabalho" que vou criando, divirto-me imenso a criar padrões, sequências e ecos temáticos nas fotos que publico.
Esta semana passei os 1000 seguidores. Obrigado a todos os que por lá passam! Os que ainda não passaram... que tal darem uma espreitadela aqui
Não conheço muito do interior do país. Quando soube que o casamento de uns amigos meus ia ser perto de Pinhel, decidi juntar um dia ou dois à estadia para começar a corrigir essa lacuna. A ideia era ir a Foz Côa ou Castelo Rodrigo, por exemplo.
Afinal... Pinhel trocou-me as voltas. Ainda ia a caminho do turismo rural em que ia ficar alojado e já tinha percebido que não precisava de ir mais longe. Impossível ficar indiferente à paisagem, com o castelo de Pinhel a erguer-se, sobranceiro e altivo aos vales montanhas e campos de cultivo.
A cidade Falcão, como é conhecida, percebia-se arrumada ao longo da encosta oposta, com um declive mais suave.
Arrumei a mala no quarto e segui até Pinhel. A cidade não tem monumentos particularmente imponentes, mas existe uma harmonia no conjunto que a torna irresistível no seu charme. Isso e porque todo o centro foi alvo de uma intervenção urbana muito feliz. Moderna, mas simples e discreta, complementa um património muito bem recuperado.
Aproveitei o fim de dia para fotografar o centro histórico. A cidade é pacata, mas tem algum movimento, e a hora de jantar permitiu-me fotografá-la sem que aquelas pessoas que se atiram para a frente das fotos tivessem dado um ar de sua graça!
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Experiência Pilar 7. É este o nome do Centro de Interpretação da Ponte 25 de Abril, que abrirá ao público esta Quarta-Feira, dia 27. Apropriado, para um espaço cuja ideia é oferecer uma perspectiva diferente da ponte. E bem menos stressante que a experiência de a atravessar diariamente para ir trabalhar.
O ponto alto - literalmente - é a plataforma transparente ao nível do tabuleiro, que permitirá apreciar com calma uma paisagem que tipicamente só pode ser vista de carro. Ou durante a corrida da ponte, mas aí também vou a abrir!
A subida é feita através de um elevador envidraçado, construído no exterior do pilar. A visita tem mais a oferecer, no entanto, e no interior imagens projectadas oferecerão uma experiência multimédia que permitirá conhecer melhor a ponte 25 de Abril. Existe, por exemplo, um jogo de espelhos que "tenta recriar a sensação que é fazer a escalada vertical da ponte" - e que consta, não é para quem sofre de vertigens.
Para já, quando por lá passei este domingo, ainda se ultimavam os últimos detalhes. O espaço é vedado, por isso não permitiu grandes liberdades fotográficas. Mas se não resistirem a saber mais pormenores, encontram-nos nesta notícia do Público. Bem como algumas fotos que estão a um nível bem mais elevado que as minhas - literalmente
A entrada faz-se pela Avenida da Índia, um pouco antes do Centro de Congressos de Lisboa (antiga FIL).
Nestes primeiros dias de funcionamento, a visita poderá ser feita até às 20h, mas já em Outubro inicia-se o horário de inverno, com o fecho às 18h (e entrada sempre a partir das 10h).
O bilhete custará 6€.
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2299 fotos. Foram as que chegaram a casa, depois de 12 dias de férias. Entretanto fui apagando algumas, aquelas mesmo más. As que ficam tremidas, desfocadas, ou em que um turista mais ninja se atirou para frente da máquina.
Viajar para mim é tudo aquilo que escrevi no texto que publiquei ontem. Mas é também fotografar.
Uma vez ou outra, no entusiasmo fotográfico que me assola, digo para mim mesmo para desligar a máquina. Não quero ficar com a sensação de que só vi um sítio através da objectiva. Olho demoradamente para o que está à minha volta e tento fazer uma fotografia mental. Só minha. Porque afinal aquele é um momento que não se repete.
Depois de tudo, chego a casa, passo as fotos para o computador. Espero uns dias. Aprendi que é bom ter alguma distância da viagem antes de começar a ver as fotos.
Adoro este processo também. Ir escolhendo as preferidas, editá-las com calma. Até que fiquem como aquela "fotografia mental" que eu tinha tirado.
Para quem ainda não leu, aqui fica o texto que publiquei no blog Delito de Opinião, há algumas semanas.
Estados Unidos da América, Dezembro de 2015, 2h da madrugada. Conduzíamos rumo a Boston, na única etapa da viagem que não tinha sido planeada. Tinhamos feito cerca de dois terços de uma viagem de 900 km e a neve não dava tréguas. O ponteiro da gasolina estava a descer ainda mais que o da temperatura. Nada de preocupante, o GPS tinha a indicação dos postos de combustível. Primeiro posto - falhámos a saída. Não fazia mal, havia outro, umas dezenas de km mais à frente. Estava fechado. Com a gasolina já na reserva, o GPS não dava indicações de postos próximos. Para ajudar, a estrada tornava-se cada vez mais escura e estreita. Outros carros, nem vê-los.
Com o carro já a funcionar à base de fumos e boa vontade, eis que, qual oasis no meio do deserto, surge a placa com a palavra mágica. ”GAS”.
Finalmente! Parámos o carro e dirigimo-nos à funcionária da bomba, do outro lado do vidro. Sorriso nos lábios. Estávamos salvos!
— "Please, can we put some gas?"
— "No. This station is closed."
— "But we came from so far away, please let..."
— "GO AWAAAAY. I'LL CALL THE POLICE. GO AWAAAAAAAAAY. GO AWAAAAY. I'LL CALL THE POLICE. GO AWAAAAAAAAAY".
Afinal não. Não íamos pôr gasolina.
No meio do nosso desnorte, ainda tivémos a lucidez para olhar em volta. Mesmo ao virar da esquina, havia um hotel. Milagre dos milagres, uma cama, finalmente! A gasolina podia esperar pelo amanhecer...
Viajar também é isto. Vou-me sempre lembrar do gelo a estalar sob os meus pés, ao caminhar num glaciar; da paisagem deslumbrante após uma caminhada de quase 20 quilómetros até à base do Fitz Roy; de ver uma baleia de bossa a brincar com a sua cria; ou do entusiasmo incontido de quando entrei na Euro Disney. Mas também não me vou esquecer daquela vez em que o carro quase ficou sem gasolina no meio do nada. Ou quando ficámos uma semana retidos em Londres, sem malas e em vésperas do Natal, porque um nevão fechou os aeroportos.
Viajar também é vermo-nos em situações que são maiores que nós. Viver algo diferente do que temos em casa. Não no sentido de arriscar, ou ser inconsciente. Mas de dar espaço à espontaneidade e aceitar o imprevisto.
Resorts e excursões. Tanta gente viaja com guião definido ao milímetro. Saltar de monumento em monumento. De fila em fila. Conhece-se uma cidade através de uma montra. E nunca se chega a sair do nosso pequeno mundo.
Eu planeio sempre o que vou ver, claro. Os monumentos, os museus, os parques. Compro bilhetes, contrato guias... Mas também adoro a sensação de me perder numa cidade. Saber o destino, sem conhecer o caminho. Andar pelos bairros, sentir o pulso do local. Pedir indicações, falar com quem lá vive.
Viajar é sair dessa nossa bolha. Só conhecemos realmente um sítio, se também o virmos através dos olhos dos outros. Mudar a nossa perspectiva, aprender.
O acto de viajar é efémero, mas o que trazemos quando regressamos, fica connosco para sempre.
Parque Nacional da Terra do Fogo, Argentina, Outubro de 2015. Terminámos a nossa caminhada junto a uma placa de madeira, à saída do parque. Marcava o final da Rota Panamericana - Um conjunto de estradas que liga, quase sem interrupções, o Alasca a Ushuaia.
“Aqui finaliza la Ruta N. 3. Buenos Aires 3.063 Km. Alaska 17.848 Km.” - Dizia, em letras amarelas gravadas na madeira.
Seria só uma placa, e não lhe teria dado grande importância, se no dia anterior não nos tivéssemos sentado à mesa de Carlos Alvarez. O Carlos foi guarda florestal durante largos anos. Agora, reformado, gosta de falar desses tempos.
Enquanto nos preparava ovos mexidos e chá para o pequeno almoço, cheio de orgulho e um brilho nos olhos, contava como tinha construído aquela placa com as próprias mãos. Quando nos preparávamos para sair, veio ter connosco. “Não se esqueçam de tirar uma fotografia à minha placa” - disse com um sorriso de orelha a orelha.
Terminámos a nossa caminhada junto a uma placa de madeira, à saída do parque. Marcava o final da Rota Panamericana. E para nós, nunca seria uma placa qualquer. Era a placa do Carlos.
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Ainda agora regressei de férias e já percebi que este blog tem os dias contados...
Já sabemos que o futuro não é brilhante para os taxistas. Qualquer dia os carros autónomos estão aí para os substituir. A Amazon vai abrir brevemente um supermercado com um sistema que regista sozinho o que as pessoas compram. Sem necessidade de filas, tapetes rolantes, caixas registadoras... e (quase nenhuns) empregados.
Mas pensei que os artistas estavam salvos. Enganei-me.
A Google criou recentemente um programa de inteligência artificial que, depois de analisar o trabalho de grandes fotógrafos, consegue criar uma obra de arte, a partir de uma foto banal. Corta a foto com a composição perfeita, aplica edições de contraste e luz, e os filtros criativos que sejam apropriados... O resultado está à vista.
Esta semana, na apresentação dos novos iPhones, a Apple anunciou as melhorias às já excelentes câmaras dos seus telemóveis. Agora o próprio telemóvel, completamente através de software consegue aplicar vários efeitos de luz a um retrato, simulando a iluminação do rosto, que por enquanto só se consegue em estúdio.
Por isso, é provável que daqui a algum tempo este blog fique obsoleto. Já não falta muito para que o pior fotógrafo do mundo ganhe o World Press Photo. Com os olhos vendados e a máquina fotográfica atrás das costas...
É em dias como este que fico feliz por ser Engenheiro Informático e não fotógrafo!
PS.1: Nem tudo foi catastrófico e apocalíptico na conferência da Apple. A primeira foto que escolheram, para mostrar a qualidade da nova câmara, foi tirada em Lisboa.
Foto da Apple
P.S.2: Quem é que percebe a referência da imagem do início do post?
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