Pouco depois de ter publicado o post de hoje, recebi este email da Cátia, do blog Em busca da felicidade:
Tomei a liberdade de criar um pequeno texto para a história do gato. Tudo inventado, claro! Ora vê se gostas.
Claro que gostei!
Não é todos os dias que uma fotografia minha inspira alguém a escrever um pequeno conto.
Aliás gostei tanto, do texto e do gesto, que obviamente tinha de o partilhar convosco. O mais engraçado é que o texto está muito perto daquilo que aconteceu. ![]()
Obrigado Cátia!
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Debaixo da velha arvore os dias nascem e terminam com a mesma beleza. Levo a máquina comigo e disparo a cada imagem que me prende a atenção. O silêncio permite-me a concentração necessária para me perder na beleza simples que me rodeia. De fininho aproxima-se um gato tartaruga, daqueles com manchas laranjas. Meigo e curioso aproxima-se da minha optica, eu: disparo. Capto a imagem da curiosidade inocente de um felino que conhece a vida pela calma que ela tem. Roça-se nas minhas pernas e sem aviso troca-me por outras atenções. Vejo-o subir em direção a uma menina; o cabelo num rabo de cavalo daqueles que se fazem nas manhãs sem escola. Veste uma blusa simples e uns calções escolhidos pela mãe que não está preocupada esta manhã. Não gastou tempo com as cores que condizem. Vão só beber café e a menina, essa vai andar às voltas com o gato do senhor do Zé.
A menina procura-o com os olhos. Não o encontra.
Ele já a viu. Já sentiu a presença daquela que o afaga nos dias de descanso. Nos dias em que ela lá volta ele é mais feliz.
Aproxima-se manso da sua pequena amiga, aquela que lhe estende a mão para a festa de cumprimento. Cabeça baixa, mostra que a conhece, que lhe tem saudades.
Ele baixa-se para o cumprimentar mais perto. Talvez um cumprimento que apenas menina e gato conhecem.
Eu disparo. Guardo o momento com a optica da minha máquina. Penso na história por detrás de cada imagem. Lembro-me que a vida é feita de momentos felizes e de como é bom saber guarda-los para recordar.