Fotógrafo Convidado: Rui Martins
O meu interesse por fotografia começou quando no 10º ano do Liceu (inícios dos anos 90) tive como disciplina Jornalismo e Comunicação e aí um contacto directo com a câmara escura da escola. Um dos meus colegas de turma, já mais avançado na fotografia, incentivou-me ainda mais emprestando-me uma das máquinas do pai que ele utilizava e íamos para o cais da Póvoa tirar fotografias e depois revelávamos os filmes na câmara escura do Liceu, que tínhamos acesso livre.
No ano seguinte seguimos caminhos diferentes e por razões económicas não pude continuar com a fotografia, apenas admirar nas livrarias e bibliotecas os livros dos grandes mestres - o meu pouco conhecimento é feito pela leitura e mais recentemente através da internet. O gosto pela fotografia era tal que até ponderei seguir uma licenciatura na área, no final do secundário, mas fui estudar algo completamente diferente.
Aquando dos meus 18 anos comprei a primeira máquina (analógica, claro!) e fui sempre o fotógrafo de serviço: nas férias com os amigos, nas festas de família e até quando cumpri o serviço militar, mas sempre um fotógrafo que documentava o momento, nunca pensando que poderia fazer outro tipo de fotografia, até porque, para mim (um jovem adolescente), a fotografia não era barata e, muito por causa disso, fui-me afastando da sua prática.
Até que há cerca de cinco anos comprei uma máquina digital compacta (a que ainda utilizo hoje) e aquele gosto ressuscitou, levando-me a criar o meu primeiro blogue em 2008.
Penso que sou eclético e gosto de fotografar e experimentar um pouco de tudo, dentro dos meus conhecimentos e limitações técnicas da minha máquina, mas o tipo de fotografia que mais faço, neste momento, é natureza morta e de estúdio (caseiro e improvisado) por razões logísticas, até porque não é fácil sair à rua para fotografar com uma bebé pequena.
Exemplo disso é uma das minhas últimas séries, que aqui apresento: “of paper sheets”.
À procura de objectos para fazer experiências com a técnica Light Painting, encontrei estas folhas de papel e achei que teriam possibilidades interessantes. Criado o estúdio improvisado numa arrecadação no meu local de trabalho, com duas caixas empilhadas e uma folha de cartolina preta de fundo; uma lanterna; tripé e longas exposições enquanto “pintava” a cena com luz. Com tentativa e erro lá chegava a uma imagem satisfatória.
Rui Martins, ruimnm Photography