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Os caminhos feios

Li há uns dias este texto, do Miguel Esteves Cardoso:

 

"A vida é curta de mais para ir pelos caminhos feios. Encafuamo-nos em casa ao fim do dia e só saímos no dia seguinte para trabalhar. Para trabalhar encafuamo-nos num edifício, de onde só saímos para voltar para casa. O caminho entre estes dois encafuanços é muitas vezes a única viagem do nosso dia. O caminho pode ser a nossa única liberdade, o nosso momento de vida selvagem, umas pequeníssimas férias, só ligeiramente proibidas, mas por isso mesmo mais merecidas."

 

É verdade. Ou pelo menos é-o mais vezes do que deveria ser. Esquecemo-nos demasiadas vezes de seguir pelos caminhos bonitos, que frequentemente são mesmo ali ao lado. Tento fazê-lo, na maior parte dos dias, mas a pressa de chegar onde quero nem sempre o permite. Saio na estação de metro anterior, sigo pela rua ao lado. Às vezes fotografo algum pormenor que não tinha visto, uma nova perspectiva sobre um sítio que pensava conhecer. Outras vezes só aproveito para fazer umas pequeníssimas férias, numa luta contra a rotina que tão facilmente nos leva pelos caminhos feios.

 

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O meu principal instagram continua a ser o mesmo. Mas recentemente criei esta outra conta, onde vou publicando outras fotos, dos dias em que me lembro de seguir o caminho mais longo.

Florença - Experiência Leonardo da Vinci

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Os cartazes que se viam na rua chamavam à atenção. A Leonardo da Vinci Experience prometia uma experiência multimédia única, sobre a vida de um dos mais fascinantes habitantes de Florença.

 

Comprámos bilhete, a uns exorbitantes 15€. A entrada fazia-se pela lateral do que parecia ser um antigo convento. Dava acesso a uma pequena sala com alguns cartazes informativos, duas ou três maquetes e uma experiência de realidade virtual que até poderia descrever como pobre e desinteressante, se não tivesse passado o tempo entretido a tentar o impossível - que a imagem dos óculos ficasse focada.

 

Felizmente havia mais para ver. Umas escadas davam acesso uma uma sala enorme. Era a nave de uma antiga igreja. A toda a volta enormes telas mostravam imagens da obra de da Vinci. Não era particularmente informativo, mas o efeito era impressionante e ficámos ali, largos minutos, enquanto se sucediam pinturas, invenções e imagens de manuscritos do mestre renascentista.

 

Não sei bem se compensou os 15€ que paguei, mas a verdade é que deu para umas fotos engraçadas. E isso já vale alguma coisa!

 

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As fotos que todos tiramos

 

Já me tem acontecido estar em viagem e pensar, no meio daquele entusiasmo frenético de tirar "a foto" daquele sítio que sempre quis visitar, se não devia simplesmente pôr a máquina fotográfica de lado e apreciar o momento.

 

A semana passada voltei a pensar nisso quando encontrei este vídeo, criado por Oliver KMIA. Será que tenho mesmo de fotografar a Mona Lisa, ou aquela perspectiva da Fonte de Trevi que toda a gente já fotografou e há de fotografar? Não ganhava mais em pousar a máquina um bocadinho e absorver o momento? É que o que se sente quando se está naquele sítio único ficará sempre connosco. E se quiser mesmo rever a Mona Lisa, basta pesquisar no google.

 

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Não invalida que seja importante para mim fotografar e registar aqueles momentos únicos das minhas viagens. A verdade é que, meses depois, olho para as fotos que tirei à fonte de Trevi e dou muito mais valor a esta imagem de um homem que, sozinho, tira água de uma pequena fonte, enquanto todas as outras pessoas se preocupam com a foto que vão publicar no instagram, igual aquela que todos à volta estão a tirar. 

Tal como tem muito mais piada, relembrar a ginástica que fiz a tentar fotografar todas as mãos que, ao mesmo tempo, tentavam amparar a Torre de Pisa. As fotos nem ficaram nada de especial. Mas são as minhas perspectivas, de alguns dos locais mais fotografados do mundo.

 

Não são esses momentos "só nossos" que vale a pena recordar?

 

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